Antonio Ferreira de Araujo Junior
Universidade
do Estado de Minas Gerais – UEMG/Frutal
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FERRARI, Pollyana. A força da mídia social: interface e linguagem jornalística no ambiente
digital. Factash: São Paulo, 2010
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Doutora em Ciências da Comunicação
pela ECA/USP e consultoria web, a jornalista Pollyana Ferrari é autora da obra
“A Força da Mídia Social” que traz uma discussão sobre as novas ferramentas
online de comunicação e informação. Empresária do ramo de consultoria Web, na
Polipress, Pollyana ainda dá aula para as turmas de jornalismo na PUC-SP.
As formas interativas de lidar com
a notícia, de contribuir e colaborar informações na rede, a integração da
sociedade nos meios de produção são tratados por Pollyana com o objetivo de
debater essas novas tecnologias que possibilitaram experiências inéditas e
reais para seus usuários.
Com o grande volume de conteúdo na
web 2.0 (onde todos compartilham), que transita agora para a 3.0, o desafio
atual é selecionar aquilo que realmente é interessante, ler, ver, assistir ou
ouvir. Através de uma individualização de conteúdo, e não mais uma produção
massiva de informação, a busca do receptor é mais criteriosa e única. Pollyana
exemplifica esse processo citando as febres surgidas no Youtube e a
popularidade de trabalhos divulgados no Facebook.
Outro exemplo citado pela autora é
com relação a presença do público jovem nesse canal, que é a grande maioria. O
internauta não mais é atraídos pelas animadas publicidades lançadas nos
rodapés, laterais de páginas ou pop-ups dos sites e redes sociais. Agora, o
conteúdo publicado, e ou, compartilhado nas timelines
é o principal objeto selecionado pelos “clicadores”. Nesse novo contexto
social, uma nova memória está sendo construída.
No trecho em que cita a construção
da imagem do atual presidente dos EUA Barack Obama durante as eleições
passadas, Pollyana afirma que o resultado gerou uma maior proximidade do
candidato com o eleitor. Era através de redes sociais que os eleitores se
comunicavam com Barack, e isso teve primordial papel na conquista da Casa
Branca.
Quando descreve as narrativas
hipertextuais, a autora lembra que em 2009 o Twitter, rede social que permite
mensagens rápidas (de até 140 caracteres) comandou as diversas maneiras e
formatos de compartilhamento de informações. Basta um dos usuários publicar
algo e tudo pode ganhar uma dimensão gigantesca e parar nos TTs (Trending
Topics) do Twitter, que classifica o ranking dos assuntos mais publicados e ou
colaborados.
Com a proliferação da informação e
o fácil acesso aos meios, os blogs de conteúdo individual e independente tem
ganhado bastante espaço. Os conteúdos que abastecem esses blogs vão de
notícias, informações gerais, moda, editorias, e até mesmo diários. São esses
os principais concorrentes dos grandes portais noticiosos. Com o conceito de
que a informação não está restrita a grupos políticos ou a grandes empresas, é
a nova mídia que disponibiliza a liberdade e oferece o suporte para que
qualquer colaborador tenha seu conteúdo recebido por milhares e até milhões de
internautas.
Segundo Pollyana os estímulos
cognitivos e criativos podem se transformar numa ferramenta de aprendizagem.
Para ela, essa nova fase possibilita novos aprendizados no ambiente de ensino
através das redes sociais. Além dos alunos se adequarem, os professores também
necessitam descobrir novos métodos de ensino e procurar utilizar as novas mídias
como suporte de ideias e como importante ferramenta na aplicação do ensino.
Com a nova formação cultural do
jovem e adolescente de deixar de ser apenas um expectador, mas no mundo virtual
da maneira colaborativa passam a ser participantes no processo de produção do
conhecimento, os educadores assumem um novo papel diante de uma nvoa realidade
promovida pela era digital.
Sob a ótica de uma jornalista que
trabalhou com internet durante vários anos, a obra aborda ainda as diversas
formas de publicações na internet. Pollyana faz uma trajetória desde o
surgimento, até os dias atuais da rede de informação colaborativa. Apresenta
ainda as inúmeras maneiras da nova produção jornalística que envolve a produção
de pautas, apuração até a edição e publicação. A velocidade com que a
informação é disseminada é tratada pela autora como uma das principais
características da internet, mas também como uma das grandes preocupações com
falhas no conteúdo. A linguagem do jornalismo também tem se adequado com o
decorrer da evolução de conteúdo digital online.
Com uma tentativa de colocar o
leitor dentro da história, Pollyana trata do assunto atual, que ainda não se
tem um resultado e está em pleno desenvolvimento com o surgimento diário de
novos suportes e medias, e tem como público principal os estudantes da área de
comunicação. Apesar da narrativa direta e analítica da atual situação do
conteúdo para internet, a linguagem rebuscada e técnica da autora dificultou em
vários trechos a compreensão da mensagem. Quem não é da área, ou está
ingressando no mundo da comunicação sofre com a quantidade de termos utilizados
pela autora. Para melhor compreensão da obra é indicada a leitura mais de uma
vez.



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